Joe Bonamassa é um guitarrista de identidade forte. Sua guitarra pode ser facilmente reconhecida apenas ouvindo um de seus solos.
Apesar de muitos dizerem “Parece com esse…”, “Parece com aquele…” (e Joe não nega suas influências, pelo contrário, frequentemente faz questão de lembrar), o mix de guitarristas e bandas que o influenciaram acabaram por formar uma personalidade única.
O objetivo deste artigo é ajudar você a entender mais sobre o estilo de tocar de Bonamassa por meio de 5 riffs e 5 licks com tablatura, vídeo e comentários.
Além disso, você pode conferir detalhes sobre a carreira, fatos e curiosidades sobre Joe Bonamassa e a transcrição completa da música “Stop!” na outra parte da seção Raio-X, publicada na edição 75 da Revista Guitarload, que está disponível no Music Clan.
O Estilo e As Influências de Joe Bonamassa
A maior parte do trabalho solo de Bonamassa se desenvolve em cima do blues-rock, mas às vezes flerta com o pop e folk, como se pode ouvir na bela “Driving Towards the Daylight”, no disco de mesmo nome (2012), e em “The Valley Runs Low”, do álbum Blues of Desperation (2016). No Black Country Communion, a pegada é puxada para o rock. No Rock Candy Funk Party, o negócio é mais funk/groove. Com Beth Hart, blues.
As influências sobre o estilo de Joe, vão desde o blues americano tradicional, como Muddy Waters e B.B. King, até guitarristas mais modernos, como Eric Johnson, passando pelos ingleses Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmy Page e pelos irlandeses Gary Moore e Rory Gallagher. Ele mesmo afirma que o blues e o rock do Reino Unido, têm maior peso no seu modo de tocar do que o americano.
Só para dar alguns exemplos de forma mais direta, você pode ouvir influências de Jeff Beck em “Django”, do álbum You & Me – 2006 e de Gary Moore em “A Place In My Heart”, do álbum Driving Towards the Daylight – 2012.
Entenda agora um pouco mais sobre o estilo de tocar de Joe conferindo 5 riffs e 5 licks que transcrevi com exclusividade para este artigo, mas primeiro, confira o vídeo completo.
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5 Riffs de Joe Bonamassa
1. Distant Lonesome Train (do álbum Blues of Desperation, 2016)
Como vários outros riffs de Joe Bonamassa, este está em um dos tons e posições preferidas dos guitarristas que têm um pé no blues: Em (Mi menor) na primeira posição da guitarra, usando cordas soltas.
É um riff de um compasso só, que vai se repetindo, criado com base na pentatônica menor 7 de E (Em7). As técnicas usadas são palm muting (P.M.) e ligados (hammer-on e pull-off).
2. Mountain Climbing (do álbum Blues of Desperation, 2016)
Para esta música, Bonamassa usa a afinação DADFAD (da 6ª para a 1ª corda) para a guitarra base, o que resulta em um acorde de Dm (Ré menor) se você tocar todas as cordas soltas. É uma afinação bem interessante e traz peso para o riff.
3. Love Ain’t a Love Song (do álbum Different Shades of Blue, 2014)
Este riff também foi criado em cima de uma pentatônica. Mas você pode pensar de duas maneiras:
1) Tem como base a pentatônica menor 7 de Bb (Bbm7) com a sexta maior adicionada;
2) Tem como base a pentatônica menor 6 de Bb (Bbm6).
Eu costumo pensar da primeira forma. Para mim é mais simples pensar em um tipo de escala e ir adicionando as outras notas.
A tablatura deste riff está grande porque há pequenas variações de tempo e notas entre uma repetição e outras, mas se você não tiver a intenção de ser tão específico, aprenda os dois primeiros compassos e repita a quantidade de vezes necessária.
4. If I Tell You I Love You (do álbum Seesaw, 2013)
Bonamassa tem um trabalho incrível com a cantora estadunidense Beth Hart. Se você não conhece, veja o DVD deles “Live in Amsterdam” (2014) e ouça o álbum “Seesaw” (2013), do qual foi tirado este riff.
O riff começa com as três primeiras notas da escala menor de F# (F#m), que é o tom da música. Depois a sequência de notas se repete meio tom abaixo, volta para F# e finaliza com D (Ré maior – tônica e terça) e C# (Dó sustenido maior – tônica e terça).
5. One Of These Days (do álbum Sloe Gin, 2007)
Mais um riff em Em (Mi menor) na primeira posição da guitarra usando cordas soltas!
A dica que eu dou aqui é usar os dedos médio e anelar da mão direita para puxar as duas primeiras cordas soltas e, logo em seguida, usar o dedo médio para puxar a 1ª corda solta e palheta para o bend na nota lá (casa 2 na 3ª corda).
5 Licks de Joe Bonamassa
Agora prepare as pontas dos dedos para os bends!
1. Stop! (3:24) – do álbum The Ballad of John Henry, 2009
Esta é a frase que inicia o segundo solo de Stop!, música que está no tom de Bm (Si menor). Para chegar até o bend, Joe usou a pentatônica menor 7 de B (Bm7), iniciando na nota E (mi).
2. Close To My Fire (3:28) – do álbum Live in Amsterdam, 2014
Este lick está todo em cima do primeiro shape da pentatônica menor 7 de G (Gm7), passando pela blue note na metade do quarto compasso.
Dê uma atenção especial ao ritmo, que não é muito simples de acompanhar.
3. No Good Place For The Lonely (5:07) – do álbum Blues of Desperation, 2016
Está música é um blues menor em C (Cm). O lick foi aplicado sobre o quarto grau do blues menor (Fm) e criado em cima da pentatônica blues menor 7 de C (Cm7).
4. Last Kiss (4:31) – do álbum The Ballad of John Henry, 2009
Last Kiss, a música de um acorde só! O solo foi todo feito em cima de uma base pulsante na nota Mi e o lick foi criado com base no primeiro shape da escala pentatônica menor 7 de E (Em7).
5. I Can’t Be Satisfied (3:13) – do álbum Live at Radio City Music Hall, 2015
Para mim, essa é uma das melhores versões que já ouvi desse clássico do Muddy Waters. A versão de Bonamassa está em B e o lick transcrito abaixo foi feito em cima da escala pentatônica menor 7 de B (Bm7), modelo de A (pensando no CAGED).
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