Introdução
É com muito orgulho que iniciamos a nossa seção “Entrevistas“, aqui no blog do Music Clan, com ninguém menos que a guitarrista Lari Basílio!
Começamos com o pé direito e o que você verá nessa e nas próximas entrevistas, serão bate papos com foco na jornada de estudos do nossos entrevistados: Quais foram suas conquistas e dificuldades no aprendizado da guitarra e, é claro, dicas profissionais de quem se dedicou de fato ao aprendizado na guitarra.
Espero que ao concluir a leitura, você tenha bons insights e se sinta mais motivado(a) a se dedicar aos estudos. Partiu?
Entrevista
Lari, muito obrigado por ceder o seu tempo para essa entrevista!
Oi, Bruno! Tudo bom? Eu que agradeço por mais esse convite. É muito legal falar com vocês de novo!
Para começar, conte-nos como foi o seu início nos estudos da guitarra?
Comecei quando tinha quatro anos e fiquei muitos anos estudando órgão, que foi o meu primeiro instrumento, inclusive foi onde ganhei muita base teórica. Nesse meio tempo, meu pai me ensinou meus primeiros acordes no violão, e só depois de um tempo eu parei com as aulas de órgão e comecei me dedicar mais a guitarra.
Logo que comecei, eu ficava estudando sozinha e ficava tentando tirar musicas de ouvido. Isso me ajudou muito na questão do ear training! Depois de algum tempo, fui procurar um professor particular, em São Paulo.
Analisando sua rotina de estudos na época, você faria algo diferente ou acredita que o “modelo” foi perfeito?
O que eu faria diferente era ter um professor de guitarra mais cedo, por um lado foi bom estudar sozinha, porque acredito que consegui desenvolver outras habilidades como a questão de treinar melhor o ouvido. Mas, por um outro lado, um professor é essencial nessa questão da organização do estudo, né? Então eu acredito que isso poderia ter me ajudado a desenvolver algumas coisas com mais facilidades.
O que você mais gostava de estudar?
Logo no começo, até antes de eu ter um professor para me ajudar a organizar os meus estudos, eu chegava da escola e ficava tocando guitarra a tarde inteira, simplesmente pelo prazer de tocar! Isso me ajudou a evoluir de certa forma.
Mas, mais do que isso, eu gostava mesmo era de criar, sempre tive essa veia criativa aguçada, sempre gostei de ficar criando coisas novas, e também acredito que essa questão de sentar e criar, me forçava a estudar ou a melhorar alguma técnica afim de conseguir executar as idéias que passavam pela minha cabeça. É o que mais eu gostava e ainda é o que eu mais gosto de fazer até hoje: Sentar e criar! E acredito que isso envolve também o estudo.
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Qual área você tinha mais dificuldade de assimilar o conteúdo?
Olha! Eu tive algumas dificuldades, mas acho que a primeira vez que alguém tentou me explicar modos gregos foi um negócio meio estranho logo de cara (risos). Acho que pra muita gente é, né?
Mas realmente com o passar do tempo a gente vai se aprofundando e vai percebendo que não é um bicho de sete cabeças e é muito mais simples do que a gente pensa. Mas, à primeira vista foi bem estranho. Levou um tempinho, mas eu consegui! (risos).
Existiu alguma técnica que você precisou focar mais tempo para desenvolver?
Teve uma época que eu foquei bastante em ligados, porque eu estava sentindo a minha mão esquerda um pouco fraca, então eu foquei um pouco mais para tentar ganhar mais força para fazer os ligados.
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Você ainda estuda hoje? Se sim, como é a rotina?
Sim, estudo, e na medida do possível eu tento estudar o máximo que eu posso. Estou com a guitarra em mãos todo santo dia, às vezes o dia inteiro, mas não necessariamente estudando. Uma coisa é bem diferente da outra.
A gente sonha em se tornar profissional e quando se torna, não temos muito tempo para estudar. A gente acaba trabalhando muito, tocando, gravando, etc. Mas hoje, o meu desafio é separar um tempo diário para estudar alguma técnica ou aprender alguma coisa nova. Eu acho que reciclagem diária é uma coisa muito importante, e eu sempre tento buscar isso.
O que a Lari de hoje, diria para a jovem estudante da época?
A minha vida de estudante na época foi muito divertida! Então, o que eu diria para quem está estudando hoje é: Divirta-se!
A guitarra tem que ser algo divertido, não importa se você está estudando ou trabalhando. Se não está sendo divertido, tem alguma coisa errada. Eu acho que a gente sempre deve buscar este caminho de prazer, diversão e alegria que a guitarra proporciona. A guitarra é capaz de trazer esses bons sentimentos!